Por Marcos Pires (8 de Julho de 2010) |
Há uma grande confusão no mercado em relação aos cargos para profissionais de projetos, pois é muito comum vermos anúncios de oportunidades para Coordenadores de Projetos que exigem especialização acadêmica, certificação PMP e grande experiência em projetos. Como também vagas para Gerentes de Projetos onde é crucial que o profissional tenha grande capacidade para exercer funções técnicas, como por exemplo, de programação de software.
Estes são apenas dois exemplos superficiais de como o mercado é um pouco confuso não só em relação a definição do nome do cargo, mas principalmente das funções a serem exercidas pelos profissionais. (ver abaixo resultado da Enquete do nomenclaturas dos cargos de Projetos).
Um dos grandes motivadores para esta confusão toda é que não há uma definição oficial, formalmente reconhecida em relação aos cargos para profissionais de gerenciamento de projetos para o mercado como um todo, até mesmo porque o cargo de Gerente de Projetos é relativamente novo, pelo menos no Brasil, onde há alguns anos atrás “esta nomenclatura” não era muito utilizada como nos dias de hoje.
Bom ... vamos ao foco do assunto !!!
A idéia aqui é esclarecer um pouco as diferentes funções para cada cargo que envolve o nome Projetos:
Coordenador de Projeto: Este profissional, podemos encontra atuando em dois tipos diferentes de contextos. O primeiro e mais freqüente é quando o Coordenador atua como o próprio nome diz, na coordenação de uma área ou frente importante dentro de um projeto de porte geralmente de médio para grande. É muito comum nestes projetos que haja coordenadores responsáveis por alguma “parte”, como por exemplo, pela fase de construção (programação) em projeto de desenvolvimento de software, pois é na fase de execução que geralmente há um grande esforço do projeto e o papel de um coordenador se torna indispensável, pois tal função as vezes pode não ser exercida pelo gerente do projeto por diversos fatores tais como não conhecimento técnico ou mesmo estar gerenciando outros projetos. Sim, é muito comum a falta de conhecimento profundamente técnico do gerente de projetos justificar a presença de um Coordenador.
Para os casos de projetos de software, o papel do Coordenador de Projetos pode ser muito amplo, podendo ir deste o entendimento de requisitos, validações técnicas, distribuição e validação das demandas de trabalho e até mesmo (em muitos casos), colocar a mão na massa, ou seja, realizar também a programação.
É importante mencionar, que para esta função, o foco do Coordenador é mais voltado para as questões técnicas ou mesmo de negócio (escopo) do Projeto. Em algumas estruturas este profissional é chamando inclusive de Coordenador Técnico ou Líder técnico, pois geralmente o profissional que ocupa esta função tem como principal característica a sua expertise técnica.
Se o foco deste profissional é técnico, entende-se que a questão da gestão não deveria ser atribuída na sua totalidade para ele, pois só a questão técnica em muitas vezes toma toda a atenção e tempo do Coordenador. É comum que este profissional tenha uma interatividade muito grande com o Gerente do Projeto, no sentido de lhe fornecer todos os dados pertinentes para que o Gestor do Projeto possa realizar os controles e entregas do projeto, além dos custos, riscos, comunicações e etc.
Há um outro contexto que a figura do Coordenador de Projetos aparece. Nas estruturas matriciais, principalmente as equilibradas ou fracas, onde a responsabilidade do projeto geralmente recaí em um gerente funcional para a qual o Coordenador de Projetos hierarquicamente responde.
Líder de Projetos: Este é um profissional de gestão ! A diferença para o mercado é que o tal Líder atua em contextos menores, ou seja, projetos de pequeno porte, com escopo, orçamentos e equipes de pequeno porte, mas que a gestão (como para qualquer projeto) é essencial. Muitas vezes nestas situações um pouco mais simples é comum ver o Líder de Projeto envolvido em questões técnicas, mas nunca deixando o foco do gerenciamento (principalmente escopo, tempo, custos e qualidade) de lado. Este envolvimento técnico é possível, geralmente pelo pouco tempo gasto no gerenciamento, principalmente quando um plano de projeto é bem elaborado, a execução tem poucos desvios e também a quantidade de projetos sob gestão do Líder é pequena.
Para o Líder de Projetos, o perfil ideal que o mercado busca é o profissional que tenha uma boa bagagem técnica e principalmente visão de processos, técnicas e boas práticas de gerenciamento de projetos.
Gerente de Projetos: Profissional integralmente responsável pelo empreendimento que gerencia. Ou seja, responsável pelo escopo, custos, riscos, qualidade e pela equipe. É o ponto focal de clientes, áreas usuárias e fornecedores, além do efetivo gerenciamento das comunicações junto a todas as partes interessadas do Projeto.
Este é o profissional que tem como objetivo final entregar o produto ou serviço resultante do projeto conforme as expectativas acordadas (principalmente as restrições), satisfazendo o cliente final, patrocinadores e equipes.
O perfil exigido para um Gerente de Projetos hoje no mercado é de um profissional com experiência em sua área de atuação (desenvolvimento de software, infra-estrutura, construção civil), vivência em gerenciamento de projetos, domínio de técnicas, processos e ferramentas de gerenciamento e preferencialmente com uma especialização na área de projetos (MBA) e ou uma certificação internacional como o PMP.
Para finalizar, vale mencionar que recentemente ouvi falar em cargos como Analista de Projetos e Engenheiro de Projetos, mas que sinceramente ainda não conheço quais funções “diferenciadas” este profissionais executam. Mas é sempre bom lembrar que as variações de nomenclaturas e funções em geral (para quaisquer cargos) podem estar vinculadas aos aspectos políticos, culturais e estruturais de cada Organização. A idéia aqui foi passar uma visão do lado generalista do mercado. Portanto as definições acima não são uma regra.
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